Técnica de reposicionamento do DIU com auxílio de ultrassom

Publicado em 24/10/2023

Dra Erciliene explica que, atualmente, a técnica é praticada no Centro e tem sido disseminada por todo o Brasil, através dos médicos que receberam treinamento no local. “Com a publicação da técnica no ano passado, na UOG (Ultrasound in Obstetrics and Gynecology), a técnica foi apresentada ao mundo”, comemora.

A equipe do Centro INCT Hormona Universidade de São Paulo (USP), Campus Ribeirão Preto, realizou uma técnica inovadora de reposicionamento de DIUs, parcialmente expelidos, guiada por ultrassom transabdominal, de janeiro de 2016 a fevereiro de 2020. Os dados e resultados foram acompanhados, e computados, no estudo Ultrasound-guided repositioning technique for partially expelled intrauterine device: descriptive feasibility study, que descreve a técnica e pode ser lido na íntegra no link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35793228/

Segundo a pesquisadora Dra. Erciliene Yamaguti, a ideia de reposicionar os aparelhos surgiu em 2012, quando a equipe começou a pensar em uma saída para compensar a baixa quantidade de dispositivos disponíveis e as perdas que ocorriam devido à curva de aprendizado do médico residente em um hospital escola. “O DIU hormonal não faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e, no Centro, recebíamos algumas unidades doadas por uma fundação”, comenta. “Como tínhamos ultrassom disponível, começamos a tentar a reposicionar os DIUs hormonais, guiados pelo aparelho, sem nenhuma descrição na literatura desse procedimento até então”, explica. A especialista lembra que o procedimento pode ser realizado quando o DIU apresenta expulsão parcial, ou seja, se encontra parcialmente no colo uterino, sem ser expulso para a vagina e também sem haver perfuração do miométrio.

De acordo com a pesquisadora, a taxa de sucesso do reposicionamento foi de 93% no dia do procedimento e 80% dessas pacientes mantiveram o DIU no local correto em até seis  meses após o processo. “A maioria dos procedimentos (87%) foi realizada pelo médico residente, mostrando que a técnica é simples, e não houve complicações decorrentes do procedimento.