O Sistema de Classificação de Distúrbios Ovulatórios

Postado em 21/03/2023

Fornecer uma padronização internacional sobre os distúrbios ovulatórios foi o principal objetivo de um trabalho realizado pela equipe do INCT Hormona da Universidade de São Paulo – Campus Ribeirão Preto (USP/RP).

De acordo com o vice-coordenador-geral do INCT e coordenador geral do Centro INCT Hormona da Universidade de São Paulo –  Campus de Ribeirão Preto (USP/RP) -, Dr. Rui Alberto Ferriani, o levantamento propõe uma padronização ampla e abrangente dos distúrbios, além de uma atualização, uma vez que o sistema utilizado, até então, atribuído à Organização Mundial da Saúde (OMS), foi desenvolvido há mais de 30 anos. “Desde as primeiras publicações da classificação da OMS, houve avanços significativos na compreensão do controle da ovulação e da fisiopatologia dos distúrbios ovulatórios, juntamente com melhorias na tecnologia de análise genômica”, afirma o especialista.

Segundo o especialista, já havia uma classificação proposta para o sangramento uterino anormal, por parte da FIGO (International Federation of Gynecology and Obstetrics – PALM COEIN). O grupo propôs, agora, esta nova classificação do distúrbio ovulatório, usando também um acrônimo para facilitar a memorização (HYPO-P GAIN FIT PIE).

O artigo explica que o sistema é aplicado após uma avaliação preliminar identificar a presença de um distúrbio ovulatório. “O nível primário do sistema é baseado em um modelo anatômico (Hipotálamo, Hipófise, Ovário), que é completado com uma categoria separada para SOP – este componente central do sistema é facilmente lembrado usando o acrônimo HyPO-P”.

A proposta orienta, também, que cada categoria anatômica é estratificada na segunda camada do sistema para fornecer granularidade para investigadores, clínicos e estagiários,  usando o mnemônico ‘GAIN-FIT-PIE’ (Genético, Autoimune, Iatrogênico, Neoplasma; Funcional, Infeccioso e Inflamatório, Trauma e Vascular; Fisiológico, Idiopático, Endócrino). Já o nível terciário, segundo o artigo, permite entidades diagnósticas específicas.

Para o Dr. Rui Ferriani, se amplamente adotado, esse sistema vai facilitar a educação, o atendimento clínico e o planejamento e interpretação da pesquisa de uma forma que informe melhor o progresso nesse campo. O levantamento The FIGO Ovulatory Disorders Classification System pode ser lindo na íntegra no link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35984284/